quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Por patrocínio, clubes agora defendem cerveja

Folha de São Paulo - CAROLINA ARAÚJO - MARTÍN FERNANDEZ - DA REPORTAGEM LOCAL

O G4, grupo dos quatro grandes clubes paulistas -Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo-, defendeu ontem a liberação do consumo de bebidas alcoolicas em estádios.

Durante evento em que o G4 formalizou parceria com o Grupo Femsa, braço da Coca-Cola e da cerveja Kaiser no Brasil, o presidente do Corinthians, Andres Sanchez, declarou que "bebidas leves" deveriam ser vendidas durante as partidas.

"Acho um absurdo o cara ficar do lado de fora do estádio bebendo em uma barraquinha. Ele só faz isso porque sabe que vai ficar duas horas sem beber no estádio", disse o cartola.

"Cerveja e champanhe, que são bebidas leves, deveriam ser liberadas nos jogos. As autoridades têm de pensar que, na nossa casa, quem manda somos nós", emendou. E foi apoiado por executivos da Femsa.

Em São Paulo, uma lei estadual de 1996 impede a venda de bebidas nos estádios do Estado. Em abril do ano passado, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, assinou um documento proibindo bebidas alcoólicas nas arenas de todo o país.

A Polícia Militar de São Paulo se mostrou contrária à posição do G4. O tenente-coronel Almir Ribeiro, responsável pela segurança nos estádios paulistas, disse que a proibição da venda de bebidas em estádios reduziu os casos de violência.

Paulo Castilho, promotor do Ministério Público de São Paulo que atua no combate à violência entre torcidas, mostrou-se extremamente irritado com a posição dos clubes.

Castilho também sustenta que os índices de violência caíram depois da proibição.

Nenhum comentário:

Postar um comentário