segunda-feira, 26 de julho de 2010
Geninho oferece a Laranjeira prédio da Saúde e recursos para tratar dependentes da região
* Olímpia poderá ter uma clínica pública regional de dependentes de usos de droga e álcool no início do ano que vem.
O modelo é inédito na região, mais eficiente e poderá, inclusive, minimizar gastos do próprio SUS com tratamentos tradicionais.
Da parte do governo municipal, questões como prédio e recursos para a sua readequação já não são problemas. Só falta a Secretaria Estadual da Saúde firmar a parceria, incluindo o gestor que será a UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo). Agora, a Secretaria da Saúde de Olímpia tem de começar a procurar uma nova sede, e urgente.
O ‘sim’ de Olímpia foi dado pelo prefeito Geninho Zuliani (DEM) ao término da mesa redonda realizada hoje, às 15h, com médico psiquiatra Ronaldo Laranjeira.
Participaram, ainda, dessa reunião, representantes da Saúde local e regional, Judiciário, entidades religiosas, assistenciais e gestores municipais da comarca. O encontro foi no auditório da subsecção da OAB local (Ordem dos Advogados do Brasil), coordenado pela secretária da Saúde Silvia Forti Storti.
Ronaldo Laranjeira é médico psiquiatra, PhD em Dependência Química na Inglaterra. coordenador da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas na Faculdade de Medicina da UNIFESP (Universidade Federal do Estado de São Paulo) e é PhD em Dependência Química na Inglaterra.
O custo mensal dessa clínica, para atender, inicialmente, 30 dependentes, estima-se que será de R$ 100 mil mensais, que poderá ser repartido entre as 19 cidades que integram a DRS-5 (Diretoria Regional de Saúde), de Barretos. Cada cidade, proporcionalmente ao número habitacional e participação financeira, terá a sua cota de encaminhamento.
Há cerca de três meses, um colegiado da sociedade vem se reunindo para encontrar um caminho para a recuperação de dependentes químicos, inclusive com Geninho, Laranjeira e a secretária da Saúde Sílvia.
E, há cerca de 20 dias, o então secretário-adjunto, hoje respondendo pela Secretaria de Estado da Saúde (pela morte há uma semana do titular Luiz Roberto Barradas Barata), Nilson Ferraz Paschoa, em reunião com o Geninho e Laranjeira, já tinha dado o sinal verde para o projeto em Olímpia.
“Não podemos sair hoje sem uma solução para esse grave problema, que não é só de Olímpia, mas como já disse Franco Montoro (ex-governador paulista falecido), não vivemos na União, nem no Estado, mas no município, daí o que depender de nossa parte, já é assunto vencido. Está aceito”, anunciou o prefeito Geninho.
Ele frisou que não quer ser ‘egoísta’ e nem ‘vaidoso’ para querer o projeto somente para Olímpia, e justificou: “Ele tem uma abrangência regional, quero que os 19 municípios da região administrativa da Saúde participe dele. Vou procurar prefeito por prefeito para a adesão, ajudando a bancar os custeios mensais. Agora, o investimento para transformar aquele prédio (da Beneficência) que já foi um hospital, pode contar com a prefeitura de Olímpia”.
Geninho disse, ainda, para Laranjeira e para os participantes, “que, cada dia mais, a nossa administração vem assumindo responsabilidades que, no passado, não se assumiam, então o investimento é sempre o melhor caminho, tal como fizemos para a instalação da ETEC (Escola Técnica Estadual), onde o investimento foi de R$ 800 mil e, doravante, o custeio é do Estado”.
Além do prédio onde hoje funciona a Secretaria da Saúde, o prefeito disse que poderá, também, se for o caso, investir para readequar um prédio estadual onde funcionava uma escola no bairro rural do Campo Alegre. “Também é um local fantástico. Estamos dispostos a cumprir o que for melhor”, disse Geninho.
REPRESENTATIVIDADE
Estiveram presentes as duas juízas do Fórum da Comarca de Olímpia: da 1ª Vara, Andrea Galhardo Palma (também da Vara da Infância e da Juventude), e da 2ª Vara Adriane Bandeira Pereira; além dos promotores Daniela Ito Echiverria, Gilberto Ramos de Oliveira Júnior, Renata Fernandes Godama e José Márcio Rosseto Leite.
Participaram também, representando a DRS-5, Angélica Basso Mimoto, diretora técnica substituta, e Ivana Clemente, interlocutora de Saúde Mental, ambas de Barretos. Além de membros do CEREA (Centro de Recuperação do Alcoólatra), Ambulatório Renascer ligado à Pastoral da Sobriedade, NA (Narcóticos Anônimos), Conselhos Municipais da Saúde, Assistência Social, do Direito das Crianças e Adolescentes, Tutelar, médicos, profissionais da rede pública, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Delegacia de Polícia, religiosos e, pelo Poder Legislativo, apenas o vereador José Elias Morais, Zé das Pedras, líder do PMDB.
O ‘ESPIÃO DUPLO’
Ele disse que veio como ‘espião’ da Secretaria da Saúde, mas, ao mesmo tempo, como colaborador para a instalação de um modelo de clínica que seja mais adequado para a realidade local.
Apresentou para uma platéia de cerca de 150 convidados alguns modelos de instituições, fez considerações sobre o uso de drogas e álcool, mudanças de comportamento e até no cérebro desses dependentes, e respondeu muitas perguntas, inclusive de colegas médicos da cidade e do Poder Judiciário.
Antes desse encontro, desde às 9h desta sexta, Ronaldo Laranjeira visitou dois imóveis que poderiam abrigar uma clínica de recuperação: o prédio da antiga Beneficência Portuguesa, hoje da Santa Casa de Misericórdia, alugado para a Secretaria de Saúde de Olímpia; e um imóvel na Zona Rural. O especialista achou o prédio da Beneficência ‘perfeito’, quase pronto para o projeto.
PARA JANEIRO
“Agora, com o aval do prefeito, anunciado neste instante, e com o sinal verde que o Dr. Nilson Paschoa tinha dado há cerca de três semanas, em reunião com o prefeito, e agora, como secretário da Saúde, me pediu para que viesse a Olímpia para fazer um estudo, conjuntamente com o pessoal da cidade, o que eu vi é muito bom, existe essa coesão entre o prefeito, Ministério Público, as juízas e toda a sociedade que participou aqui por três horas, então existe a Beneficência Portuguesa, que é um local muito bom, está absolutamente adequado, restam algumas adaptações e vocês, em Olímpia, terão uma das melhores enfermarias do Estado de São Paulo”, disse o médico Ronaldo Laranjeira ao Blog.
Ele explicou como será esse convênio: “O prefeito faria a reforma do prédio, já se comprometeu a fazer isso; a Secretaria de Estado da Saúde seria a responsável pelo custeio, cerca de R$ 100 mil mensais, e a Universidade (UNIFESP) faria a gestão, inclusive com treinamento do pessoal”.
Laranjeira concluiu, afirmando que “esta é uma parceria muito boa, tem funcionado bem em outros lugares, e tem de funcionar bem aqui em Olímpia. Se tem uma decisão política local, se tem o Estado que tem a capacidade de financiar, e uma Universidade completamente compromissada com a melhoria do serviço público, tem de dar certo, é um passo importante na proteção da sociedade na região e tem de ser complementado com uma série de outras ações, como controle do tráfico na região, a melhoria das condições das famílias, esses grupos como Narcóticos Anônimos e Alcoólatras Anônimos, a Pastoral da Sobriedade, temos de fazer essa coesão que tem tudo para dar certo”.
Segundo ele, agora é questão mais do tempo de reformar o prédio e, segundo o médico, não será tão profunda, do que o tempo da decisão de firmar o convênio. Ele acredita que, se tudo caminhar como já vem ocorrendo, em janeiro de 2.011 Olímpia já terá a sua clínica pública de tratamento de dependentes, seja das drogas, seja de álcool.
(Texto original do Blog do Concon®)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário