terça-feira, 18 de maio de 2010

Conferência aponta falta de acesso a tratamento para dependentes químicos

JCNet - Lígia Ligabue/Com Redação
A Igreja Católica promoveu um debate sobre a rede social de amparo a dependentes de álcool e drogas. O evento foi realizado ontem, na Comunidade Bom Pastor, em Baruru. O objetivo foi conhecer quais recursos a sociedade dispõe para tratamento e prevenção ao uso abusivo de drogas. Ao final do encontro, foi elaborada um carta com cobranças ao poder público sobre uma política adequada ao tratamento e recuperação dos dependentes de álcool e drogas.
A 1ª Conferência Estadual da Pastoral da Sobriedade, com o tema "Na dependência química e outras dependências, com quem contamos?", foi encerrada na tarde de ontem. O encontro teve a presença de 73 pessoas de 10 cidades diferentes do Interior paulista, que trouxeram a realidade de suas regiões. Também houve a participação de oito membros do Alcoólicos Anônimos (AA) de Bauru.
José Luiz Prata, da Pastoral da Sobriedade de Bauru, destacou que a troca de experiências foi bastante positiva. Sobre a situação da cidade e região, ele pontua que apesar do número de dependentes crescer, há uma boa estrutura de amparo. "O problema é que o número de mulheres e de jovens dependentes tem aumentado e ainda não há instituições destinadas a esses públicos", observa.
Para os organizadores, apesar da região contar com entidades para o atendimento de dependentes, o maior problema é a desinformação da população, que não conhece estes recursos e não sabe como acessá-los. De acordo com Prata, todas as organizações e instituições que atuam em Bauru e região possuem bons resultados, porém, trabalham de forma isolada. Para os organizadores, a solução é criar, de fato, uma rede interligando todos esses pontos e disponibilizá-la à sociedade.
Ao final da conferência, chegou-se à conclusão que é necessária a criação de um plano municipal de políticas sobre drogas. Entre os bons exemplos está São Carlos. Na cidade, a Polícia Civil, em parceria com o Conselho Municipal de Álcool e Drogas, Defensoria Pública, Pastoral da Sobriedade e entidades terapêuticas, mantém um projeto de prevenção e encaminhamento do dependente químico e sua família para os locais de tratamento.
A carta final elaborada contém como diretrizes melhorar e incentivar a atuação política dos membros da Pastoral da Sobriedade e cobrando os poderes Executivo e Legislativo na criação de planos e secretarias específicas para a questão do álcool e drogas. Também buscará incentivar os agentes pastorais a conhecer os recursos disponíveis em sua cidade e como acessá-los e também ampliar a sua capacitação para este trabalho.
O documento será levado à segunda conferência marcada para o dia 20 de junho, em São Paulo. Das duas reuniões sairá a carta final, que será enviada a todos os coordenadores da Pastoral da Sobriedade - no Estado são 173 grupos - que deverão repassar o documento às autoridades locais. A carta também será levada à conferência nacional, prevista para novembro.

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