Jornal da Cidade - Rodrigo Ferrari
O psiquiatra do Centro de Atenção Psicossocial aos Usuários de Álcool e Drogas (Caps-AD) Sérgio Sato se diz espantado com o aumento nos casos de pessoas com distúrbios psíquicos ocasionados pelo uso de entorpecentes. “A oferta de drogas - o crack, principalmente - cresceu de maneira assombrosa no Brasil. É preciso que haja um funcionamento harmonioso de todos os segmentos sociais envolvidos no combate aos tóxicos”, afirma.
A sub-coordenadora do Conselho Regional de Psicologia (CRP) em Bauru e presidente do Conselho Municipal de Políticas Públicas Sobre Álcool e Outras Drogas (Comadi), Maria Orlene Daré, tem opinião parecida. “Nossa ideia é integrar tanto os órgãos municipais quanto as entidades privadas na luta contra as drogas”, explica.
Na opinião dela, o problema dos entorpecentes não pode ser encarado apenas como uma questão de saúde pública. “É necessário que o Caps-AD trabalhe em parceria com as demais secretarias municipais no desenvolvimento de políticas públicas para essa área, pois as drogas também têm causas e consequências sociais”, afirma Orlene.
Na opinião de Sato, as políticas públicas de combate aos entorpecentes devem levar em conta que tais substâncias proporcionam prazer ao usuário. “Ele começa a utilizar para se satisfazer. No final, usa porque é obrigado, devido à dependência”, diz.
Orlene critica a postura inspirada na filosofia norte-americana de combate às drogas. “Em 1998, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, os Estados Unidos sustentaram que, com sua política de repressão ao tráfico, conseguiriam se ver livres das drogas. Ano passado, na Assembleia realizada em Viena, ficou provado que essa ideia estava equivocada”, afirma. Para ela, o combate aos entorpecentes deveria estar focado na educação e na prevenção.
Segundo Orlene, os Estados Unidos foram o país que registrou o maior crescimento no número de usuários de drogas. Os dados são de uma pesquisa mundial realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e divulgada ano passado. De acordo com o estudo, 200 milhões de indivíduos entre 15 e 64 anos, ao redor do planeta, já fizeram uso de drogas ilícitas (em um universo de 6 bilhões de pessoas).
domingo, 17 de janeiro de 2010
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