domingo, 13 de setembro de 2009

Minc volta a defender descriminalização do uso da maconha

Antonio Cruz/Agência Brasil - Terra.com.brMárcio Leijoto - Direto de Goiânia

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, voltou a defender nesta sexta-feira a descriminalização do uso da maconha, durante assinatura de atos do Governo Federal em parceria com o executivo estadual de Goiás, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Minc comentou o discurso que fez em um show de reggae na última segunda-feira na Chapada dos Veadeiros. "Eu louvei a atitude da Suprema Corte da Argentina, que, por unanimidade, considerou que os usuários não são criminosos".
Minc afirmou que "sempre" foi a favor da descriminalização do uso da maconha e citou outras autoridades políticas brasileiras e estrangeiras que teriam, segundo ele, o mesmo posicionamento. "Sou eu, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, vocês percebem que estou com uma companhia bem ampla. Achamos que o caso do usuário é de saúde pública e não de polícia".
De acordo com o ministro, se o usuário de maconha é preso em vez de tratar a dependência, a sociedade cria vários outros problemas. "Você pega o usuário e coloca na cadeia, com um monte de criminosos, ele seguramente vai sair muito pior. Não vai se resolver o problema e vai criar vários outros", afirmou.
Seis vídeos com o discurso de Minc na Chapada dos Veadeiros foram parar no Youtube e, até o início da tarde de hoje, eles haviam sido acessados mais de 15 mil vezes. Na fala, Minc defende a descriminalização do uso da maconha, mas sem citar o nome da droga. Na coletiva de hoje à imprensa, ele também não falou a palavra "maconha".

Cerrado - O ministro esteve hoje na Praça Universitária, no setor Leste Universitário, em Goiânia, para participar da assinatura de documentos para doação de 11 mil lascas e 3,5 mil mourões de aroeira e outras espécies de madeira a demarcação de um assentamento em Bom Jardim de Goiás. O material foi apreendido pelo Ibama. Também participou da entrega de 65 metros cúbicos de madeira e 80 motosserras ao Corpo de Bombeiros de Goiás, que serão usados em ações de prevenção e combate aos incêndios no Cerrado.
Minc criticou os deputados que atrasam a votação do PEC do Cerrado e do Fundo de Proteção e Conservação do Cerrado. O primeiro tramita no Congresso Nacional há mais de 14 anos. Já o plano, havia sido lançado em setembro do ano passado pelo próprio ministro, com a promessa de que estaria valendo já no final de 2008.
"A sociedade tem de pressionar os deputados para a aprovação. Os projetos estão nas comissões da Câmara, depende agora dos parlamentares. Espero que a população aperte o parlamento".
Um dos objetivos do fundo é captar recursos para ajudar no controle do desmatamento do bioma Cerrado. Já a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 115/95 torna patrimônios nacionais o Cerrado e a Caatinga. O autor do projeto, o deputado federal Pedro Wilson (PT/GO), que esteve hoje no evento, afirmou que estes projetos demoram para ser aprovados por interesse de "deputados conservadores com interesses no desmatamento" dos dois biomas.
Ontem, Minc divulgou dados do Ministério do Meio Ambiente que mostram que o Cerrado perde uma área de 20 mil quilômetros quadrados por ano, o dobro do que é desmatado na Amazônia. Ainda ontem, o ministro lançou o Plano de Ação de Prevenção e Controle do Desmatamento no Bioma Cerrado. "Por meio de programas do governo, conseguimos reduzir pela metade o desmatamento na Floresta Amazônica. Queremos fazer o mesmo no Cerrado", disse hoje durante coletiva à imprensa.
Redação Terra

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